CABOOSE: UMA MANEIRA ÚNICA DE SE PASSEAR DE TREM
Agora o passageiro do Trem de Guararema tem a disposição uma opção diferenciada para realizar o passeio: o “Caboose”!
Este carro/vagão diferenciado possui duas amplas varandas em suas extremidades com bancos e cobertura com toldo retrátil possibilitando uma vivência única para o passageiro: sendo totalmente aberto, a visão das paisagens é ampla, além da sensação agradável do passeio ao ar livre. O passageiro tem também acesso à cúpula do caboose, uma parte elevada no meio do corpo com amplas janelas para uma visão diferenciada do trem e das paisagens, ideal para fotografias.
Este é o único Caboose do tipo em operação no país com fins turísticos, tornando esse passeio ainda mais especial; uma lembrança que será guardada para a vida toda!
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BREVE HISTÓRICO
O Caboose era um vagão especial, usado no final dos trens de carga americanos; normalmente onde o condutor e o guarda-freios preenchiam sua papelada, resolviam problemas mecânicos (tais como lubrificar pontas de eixo super-aquecidas, reatar mangueiras que se soltem, engatar), cozinhar refeições, e mesmo dormir. Ter alguém no final do trem ajudava muito em manobras, colocar AMVs na posição original, fechar porteiras, engatar e desengatar vagões e sinalizar a linha em caso de parada de emergência.
O caboose também era um abrigo de inverno, caso algo fizesse a locomotiva parar em locais gelados, cobertos de neve e inacessíveis às equipes de socorro da ferrovia. Lá dentro havia sempre uma fornalha para aquecimento e cozinhar e camas para se dormir.
A maioria possuía a chamada cúpula, uma parte elevada acima do teto com janelas; foi projetada para que os funcionários pudessem observar todo o trem para antecipar problemas e soluções.
Os cabooses eram utilizados obrigatoriamente em todos os trens de carga na América do Norte, desde o século passado, vindo a ser substituídos gradativamente por sofisticados equipamentos eletrônicos de monitoramento e sinalização na cauda do e ao longo da via.
No Brasil a única ferrovia a usar regularmente Cabooses, e nunca com a freqüência dos EUA foi a Mogiana; as demais possuíam Cabooses específicos para cargas perigosas como Amônia, etc.
Este caboose em específico foi fabricado em 1973 pela Cia. Santa Matilde para a EFCB para utilização nos trens do antigo projeto MBR. É do tipo “transfer”, ou seja, de corpo curto e varandas, muito utilizado nos EUA para serviços de manobra e transporte entre pátios próximos. O projeto MBR não foi a frente e os cabooses retirados de circulação.
Em 5 novembro de 1990 foi inaugurado o novo trem de containers entre o Rio e São Paulo pela RFFSA, e na cauda do trem um caboose para proteção e vigilância durante a viagem.
Para este serviço a RFFSA recuperou dois cabooses do antigo projeto MBR, os de número CNQ-609.609-3 (ex-NCC-031.000) (este) e o CNQ-609.613-1 (ex-NCC-031.004), para serem utilizados um em cada trem regular entre as duas capitais, pelo ramal de São Paulo, circulando preferencialmente à noite.
Os cabooses não foram utilizados por muito tempo, e foram novamente encostados.
O caboose em questão foi então cedido para a ANPF – Associação Nacional de Preservação Ferroviária, que o reformou. Uma parceria foi firmada entre a ANPF e a ABPF para que o caboose fosse utilizado no Trem de Guararema e hoje é uma opção diferenciada para se realizar o passeio, já que o passageiro pode viajar nas varandas abertas e ter acesso à cúpula para uma visão diferenciada do trem e das paisagens.
O caboose passou por um processo de restauração total em 2017, quando então foi levado para Guararema-SP.
Recentemente recebeu revisão completa e manutenção preventiva para que opere em plenas condições de segurança.
Observação: pelo fato das varandas serem abertas, mesmo com a cobertura a pessoa está sujeita a chuva, vento, etc.